A Arábia Saudita executou neste sábado (12) 81 pessoas por "terrorismo", anunciou o Ministério do Interior. O número superou as 67 execuções relatadas no reino durante o ano de 2021. Em 2020, foram 27.
As sentenças também incluem "crimes de sequestro, tortura, estupro, contrabando de armas e bombas", de acordo com o comunicado da SPA. "O reino continuará adotando uma postura rígida e inabalável contra o terrorismo e as ideologias extremistas que ameaçam a estabilidade", continuou a agência.
As execuções deste sábado ocorreram um dia após a libertação do blogueiro saudita e ativista Raif Badawi, que havia sido condenado a dez anos de prisão e mil chicotadas sob a acusação de insultar o islã.
A punição foi suspensa após pedidos da comunidade internacional. Ele recebeu 50 chicotadas e está proibido de deixar o país nos próximos dez anos. A esposa, Ensaf Haidar, e os três filhos estão no Canadá.
O reino, que segue uma interpretação rigorosa da lei islâmica, é frequentemente acusado por grupos de direitos humanos por aplicar leis restritivas à expressão política e religiosa. O país do Golfo nega acusações de abuso e diz que protege sua segurança nacional de acordo com suas leis.
A organização Anistia Internacional (AI) afirma que o reino figura entre os países que aplicam em maior número a pena capital. No relatório mundial sobre a pena de morte em 2020, a AI informou que as nações que recorreram mais vezes às execuções foram Irã (246), Egito (107), Iraque (45) e Arábia Saudita (27).
Em 1980, um ano após militantes tomarem a Grande Mesquita em Meca, o reino executou 63 pessoas num único dia. Recentemente, o país passou a repetir com frequência que está em guerra contra "todas as formas de terrorismo". Depois de atentados na década de 2000, o país conseguiu conter grupos jihadistas
A Arábia Saudita sofreu uma série de ataques desde o final de 2014 reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. Além disso, o país do Golfo também lidera uma coalizão militar que luta no Iêmen desde 2015 para apoiar o governo contra os rebeldes houthis, que são apoiados pelo Irã.
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